sexta-feira, 12 de junho de 2009

Homenagem ao Dia dos Namorados (e namoradas, sem preconceito)

Luana já estava namorando Peterson faz 7 meses e 17 dias, segundo contagem da própria.

Todas as faíscas e arrepios causados no início de namoro já iam longe e deixavam saudades. Estavam se encontrando pouco. Se falavam mais para quase nunca do que para sempre. Aqueles olhares apaixonados viravam, a cada dia, pedra, porosa e fria.

Quem conhecia Luana sabia que não passava faz tempo pela rua da alegria, não entrava na alameda da felicidade nem se perdia no beco do sorriso. Luana, apaixonada que só ela, chorava de noite porque sabia que tinha que tomar uma atitude urgente.

Dia 12 de junho, dia dos namorados, ela marcou encontro com Peterson no mesmo lugar calmo e silencioso que eles se conheceram. Quase na mesma hora também.

Ele de banho tomado com camiseta amassada. Como ele tem coragem de me encontrar assim, pensou Luana. Ela de batom vermelho sangue e com aquela camisa que recebeu de presente logo no primeiro mês de namoro.

Antes que ele tivesse tempo de elogiá-la ela já disparou à queima-roupa:
- O que está acontecendo Pet?
- Como assim amorzinho?
- Você não é mais o mesmo, parece que não está nem aí para mim.
- Você percebeu é?
- Claro, mal estamos nos falando.
Silêncio profundo.
- Não sei como te dizer isso Lu, mas é que eu conheci alguém...
Espanto profundo.

Luana, com lágrimas e ira nos olhos, destrinchou por 45 minutos cada pedaço de respeito que tinha pelo Pet. No final não teve dúvida, bloqueiou seu messenger sem nem desligar a webcam, retirou ele do Orkut e incluiu seu email na lista de spam.

Uma semana depois, já com as feridas cicatrizadas, Luana retorna ao mundo em busca de um novo amor. Entra na mesma sala de chat que conheceu Peterson e, sem vergonha nem orgulho ferido pergunta:
- Algum gatinho quer tc?

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